quinta-feira, 26 de maio de 2011

Discos: Lady Gaga - "Born This Way"

         
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Falar de Lady Gaga pode ser uma tarefa difícil. Sem dúvida um dos maiores fenómenos culturais dos últimos tempos, a cantora de 25 anos oriunda de Nova Iorque vem conquistando novos fãs e batendo recordes a cada dia que passa. Com apenas três anos anos de carreira, Lady Gaga vem lançando vídeos excêntricos capazes de acumular milhões de visualizações em poucas horas. Mas apesar das roupas, das declarações polémicas e de tudo o resto, no fim do dia o que importa é a música. Com apenas um álbum e meio lançando (The Fame e a re-edição The Fame Monster), Gaga precisava de lançar um segundo álbum suficientemente importante e de qualidade para calar quem ainda duvida do seu talento e poder. E é nesses termos que nos chega “Born This Way”.

Lady GaGa rodeou-se dos seus colaboradores de longa data RedOne e Fernando Garibay e com o desconhecido DJ White Shadow para criar um álbum que é um ode aos anos 80 e 90 e que vai buscar alguns elementos de rock e das grandes bandas de heavy metal . O disco abre ao som de “Marry The Night” uma espécie de faixa perdida de Whitney Houston enviada ao espaço e recuperada por Gaga em pleno 2011, rumores dizem que este era para ter sido o primeiro single do disco, antes da criação da música “Born This Way”. E com esta mesma faixa que se segue o disco, pouco há para dizer sobre “Born This Way”, é verdade que soa como Madonna em esteróides, mas no fim do dia é apenas uma grande faixa de tributo aos grandes ícones dos anos 80 e que nos faz ficar felizes e aceitar-nos como somos. Na terceira faixa o disco sofre uma viragem, com os beats de DJ White Shadow e DJ Snake, “Government Hooker” é um dos destaques do disco, uma faixa arrojada, agressiva e com uma letra provocante. “Judas” é a primeira faixa do disco com produção de RedOne (responsável por quase todos os grandes hits de Lady GaGa, desde “Just Dance” até “Alejandro”), uma canção barulhenta e com referências bíblicas e que parece uma evolução de “Bad Romance”, sem dúvida uma das melhores que mais dificuldade se tem de tirar da cabeça. Em “Americano” uma grande canção de techno-mariachi, GaGa canta em espanhol, numa canção monstruosa que parece tirada de uma tourada. Maravilhosa. “Hair” é outra produção de RedOne e a primeira faixa onde aparece um saxofone que dá um toque magistral. “Bloody Mary” é uma música mais calma, quase assustadora, com cantos gregorianos, mas com uma batida poderosa, quase de hip-hop de fundo. “Bad Kids” é irreverente, quase rock no início mas depois vem o synth-pop e tudo muda. Esta é a faixa que Gaga diz ter feito para e pelos seus fãs. “Highway Unicorn (Road To Love)” é libertadora, honesta e tem um instrumental alucinante. Alucinante é também “Heavy Metal Lover” outro dos destaques de “Born This Way” com a voz de Gaga mergulhada na distorção, é sem dúvida a faixa mais sensual do disco.”Electric Chapel” é subtil e electrónica e quase que nos faz lembrar uma faixa de Kylie Minogue. “Yoü and I” é a faixa que destoa do resto do disco, uma balada pop-rock, com sample de “We Will Rock You” dos Queen, e até com guitarra de Brian May, esta faixa é uma das favoritas dos fãs e talvez venha a ser single, mostrando ao grande público que Lady Gaga não é apenas música de dança. “The Edge Of Glory” fecha o disco com chave de ouro, uma balada que se transforma em euro-pop e que fala sobre morte e celebração da vida, é um dos futuros singles e promete unir ainda mais os little monsters. É também em “The Edge of Glory” que o saxfone de Clarence Clemons entra de novo em serviço, criando um momento único e mágico.

Há muito para dizer sobre este disco, a maneira como a cantora o criou, escreveu e produziu, mas o mais importante de tudo é que é um disco único, imperdível e épico e que vai dar muito que falar. E nós só ficamos a querer mais e mais da maior estrela da actualidade!


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